O que é Via Simples
É um espaço de partilha sobre um estilo de vida simples e também um espaço de consultoria terapêutica sistêmica e em qualidade de vida.
Com a finalidade de estruturar nossa compreensão e prática de um estilo de vida mais simples, podemos adotar um modelo bem resumido, baseado em áreas gerais da ação humana: Energia, Espaço-Tempo e Relacionamentos. Em cada área, podemos analisar nossas possibilidades no nível físico, emocional e mental/conceitual.
Energia
Por exemplo, podemos considerar “Energia” do ponto de vista da nutrição, e ver como seria possível otimizar nossas escolhas nutricionais no plano físico, emocional e mental, tanto sob os aspectos quantitativos – o quanto consumimos – quanto qualitativos – o que consumimos.
Se aspiramos uma existência com mais qualidade e sentido, devemos ter a disposição de observar de forma honesta que resultados estamos obtendo com nossas escolhas. Se verificamos que esses resultados não são satisfatórios, é nosso direito – e deveríamos considerar nosso dever existencial – agir para modificar essa situação.
Mudanças estruturais desse porte somente serão viáveis e duradouras se respeitarem nosso ritmo pessoal e nossas circunstâncias atuais, isto é, os passos deverão estar de acordo com nossa capacidade de manter o movimento na direção almejada.
Nesse sentido, é importante lembrar que nossa capacidade de ação aumenta pelo simples fato de percebemos diferentes opções ao nosso alcance, e se as utilizamos com discernimento. Para isso, é importante acessar informações qualificadas sobre essas possibilidades. Possibilitar esse acesso é um de nossos objetivos neste website.
Lei da Simplificação Progressiva
“O verdadeiro crescimento é a capacidade demonstrada por uma sociedade de transferir quantidades cada vez maiores de energia e atenção do aspecto material da vida para o aspecto não-material e, assim, evoluir em cultura, potencial de compaixão, sentido de comunidade e força democrática.”
Espaço-Tempo
Embora esses fatos sejam inegáveis, nossa percepção deles é relativa, em função de muitas variáveis. Da mesma forma, também temos relativa liberdade quanto à forma de responder a essas percepções. Assim, podemos nos tornar mais conscientes e fazer opções mais gratificantes sobre como nos relacionaremos com nossa situação – onde estou no mundo – e prioridades – o que faço com o tempo que disponho.
Em resumo, os aspectos espaço-temporais da existência nos recordam a finitude humana, e sua relativa pequenez. Se devemos aceitar que estamos todos – seja qual for nosso papel ou condição social – inexoravemente submetidos aos eventos de nascimento, doença, velhice e morte, também é verdadeiro que podemos optar por responder de forma mais saudável e íntegra às transformações que ocorrem ao longo das estações da vida.
Como, pela lógica da Natureza, o que é inevitável não pode ser um mal em si mesmo, é inteligente aprendermos formas de modular nossa resposta a esses fatos da existência. Nesse sentido, um estilo de vida mais simples torna possível um cotidiano mais pleno, mais saudável e mais alegre, com menos desperdício de recursos de qualquer tipo.
Em termos de uso dos recursos naturais, nossa espécie consome mais do que nunca, e de forma desequilibrada. Ao mesmo tempo em que muitos padecem de fome, outros tantos sofrem pelos excessos alimentares. Atualmente, temos acesso a um incalculável volume de informações que nem conseguimos processar na forma de conhecimento, e que de certa forma obstam o surgimento da sabedoria que advém prioritariamente das vivências, e somente subsidiariamente de experiências virtuais.
Nessa linha de reflexão, certamente chegaremos ao questionamento sobre nossos padrões de uso do espaço e do tempo. E isso merecerá considerações amplas, em virtude da complexidade de suas causas e efeitos, e do potencial de transformação que existe em ações aparentemente triviais, tanto no plano individual quanto no coletivo. Nossa aspiração aqui é colaborar na difusão de práticas e informações qualificadas sobre esses aspectos.
” A vida é o que fazemos dela. As viagens são os viajantes. O que vemos não é o que vemos, senão o que somos.“
Relacionamentos
Como nossas percepções da realidade são autoreferenciais, inevitavelmente serão incompletas, parciais, já na sua origem. Como diz Fernando Pessoa em seu poema, “…o que vemos não é o que vemos, senão o que somos.” Desse modo, a dimensão relacional de nossa existência pode ser uma fonte de grande contentamento e riqueza, na medida que nos descortina outras visões de mundo, outras formas de encarar os fatos e seus efeitos.
Na prática, simplificar a dimensão relacional de nossa existência tem a ver com reconectar, em primeiro lugar, com nossa própria inteireza. Já foi dito que somos seres inteiros que se sentem incompletos. Por conta disso, muitos equívocos no âmbito dos relacionamentos encontram sua resolução através da clarificação de quais aspectos de nossas carências ou incompletudes podem ser supridos pelo retorno à nossa própria inteireza.